Sunday, January 30
Monday, January 24
Wednesday, January 19
Monday, January 17
Wednesday, January 12
Segundo dia de ensaios. Programa de música contemporânea.
Primeiro trompete:
- Maestro, desculpe, pode dizer-me o que é que tenho no 3º tempo do compasso 177?
Primeiro oboé:
- O mais certo é ser uma grande infecção.
- O mais certo é ser uma grande infecção.
...
Tuesday, January 11
orquestra
...
Após quase decorridos os 20 minutos regulamentares de intervalo do ensaio, pergunta o encarregado de orquestra ao maestro:
- Quer que chame os músicos?
- Não, pode chamá-los todos...
(episódio verídico do saudoso maestro Silva Pereira)
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Thursday, January 6
respiração circular ( III )
...Confesso que o meu interesse imediato era ter a vida facilitada e nada tinha que ver com novas exigências estéticas relacionadas com o som nem nada disso. Queria era poder respirar quando bem me apetecesse sem criar interrupções e deixar assim de me preocupar, caso não conseguisse respirar normalmente no momento musicalmente indicado; poder remediar, no caso de me esquecer de respirar quando devia ou até mesmo poder perdoar certas fumaças indevidas...
Mas não é fácil. Para tocar e respirar ao mesmo tempo, sobretudo se for flauta transversal, é necessário manter uma pressão de ar elevada, e quando não se tem qualquer espécie de palheta ou bocal que ajude a criar essa pressão por meio de um afunilamento, a única maneira de conseguir é aumentando a quantidade de ar. Ora, se se exige o mais alto nível de pressão, precisamente no momento em que se tem que expirar e inspirar ao mesmo tempo, todo o ar de que dispomos é o que está confinado à cavidade bucal. E boca grande é coisa que, felizmente, nunca tive.
Durante anos amadureci a ideia na minha cabeça. Zero de exercícios. Zero de motivação para um tipo de trabalho, um método, que me levasse a aperfeiçoar os poucos rudimentos instintivos que possuía, da mecânica da dita técnica. Não é para me gabar. Era antes vergonhosamente arrogante, essa certeza de que não seria necessário esforçar-me para vir a conseguir realizá-la.
Mas não é fácil. Para tocar e respirar ao mesmo tempo, sobretudo se for flauta transversal, é necessário manter uma pressão de ar elevada, e quando não se tem qualquer espécie de palheta ou bocal que ajude a criar essa pressão por meio de um afunilamento, a única maneira de conseguir é aumentando a quantidade de ar. Ora, se se exige o mais alto nível de pressão, precisamente no momento em que se tem que expirar e inspirar ao mesmo tempo, todo o ar de que dispomos é o que está confinado à cavidade bucal. E boca grande é coisa que, felizmente, nunca tive.
Durante anos amadureci a ideia na minha cabeça. Zero de exercícios. Zero de motivação para um tipo de trabalho, um método, que me levasse a aperfeiçoar os poucos rudimentos instintivos que possuía, da mecânica da dita técnica. Não é para me gabar. Era antes vergonhosamente arrogante, essa certeza de que não seria necessário esforçar-me para vir a conseguir realizá-la.
Mantinha porém a estranha fé...
de que esse truque de aspecto paradoxal um dia seria meu.
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