Tenho uma pomba branca no parapeito da varanda

todos os dias! No início achei muito giro e até romântico, uma espécie de sinal.
Só depois é que comecei a notar que a varanda e o dito parapeito estão cheios de merda da pomba.
Merda para a pomba. Todos os dias me lembro que tudo - absolutamente tudo - perde a graça ao fim de algum tempo.

máquina do tempo

Há cerca de três minutos atrás, deparei com um comentário a este blogue na minha caixa de entrada email. Já cá não vinha há mais de 2 anos.

Nem pensei que alguém visitasse este lugar recondito da blogosfera, que por acaso, até chega a ser bastante coerente: um autêntico fantasma! Com imagens e links desactivados, deve ser o blogue menos blogue que eu conheço.

Fiquei espantada com a surpresa de me deparar com o meu próprio site, subitamente, atravéz de um estranho - assim como quando deparamos com notícias de alguém que teve algum significado na nossa vida mas que, de repente, perde totalmente a relevância e a quem nunca mais recordamos. De repente, essa pessoa adquire, como por magia, as matizes, os cheiros, sabores, sentimentos do tempo passado.

Uma autêntica máquina do tempo.

Regressei, portanto, mais uma vez, como quem folheia uma agenda antiga ou como quem regressa à última bifurcação da vida e quiçá não resolve seguir o caminho da direita em vez do da esquerda.